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Brasil enfrenta uma de suas piores crises energéticas

Brasil enfrenta uma de suas piores crises energéticas
Equipe Gena

Equipe Gena Energia Solar

18 de julho de 2022

As consequências da crise energética incluem aumento da conta de luz e a necessidade imediata de soluções alternativas de geração de energia.

O Brasil está vivendo em 2021 a pior crise energética em 91 anos. Esse dado está totalmente relacionado com a escassez de chuvas que assola o país nos últimos meses.

Com a falta de água, esse é o pior momento para a geração de energia desde 1930, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Um dos fatores para a falta de chuvas é a temperatura do oceano Atlântico, próximo ao Equador, no extremo norte. Com a temperatura desfavorável, as chuvas não vieram como esperado.

Isso levou a falta de água na maior parte do país responsável pela geração de energia elétrica. Os níveis dos reservatórios das hidrelétricas do Centro-Oeste e do Sul foram reduzidos de forma muito significativa.

Essas regiões são responsáveis pela geração de 70% da energia hidráulica do país. Por isso, o impacto foi sentido de forma tão massiva em todo o Brasil.

Para evitar o colapso do setor, o governo tem adotado algumas medidas visando evitar apagões, o que tem levado ao aumento na conta de luz, bem como  à importação de energia elétrica de outros países.

A previsão para 2022 não é das melhores. Inclusive, essa crise é um fator de risco que pode reduzir o PIB em 2021 para baixo de 1%.

Porém, existem algumas alternativas. Leia até o final, para compreender melhor sobre a crise energética no Brasil, seus impactos e possíveis soluções.

O que é uma crise energética?

Uma crise energética é quando um país enfrenta dificuldades em gerar e distribuir energia. Envolve muitos fatores e consequências, políticas, econômicas e ambientais.

Durante uma crise, existe, portanto, um gargalo no fornecimento de recursos energéticos. 

Isso está, normalmente, relacionado a limitações das fontes de energia, juntamente com o desenvolvimento das cidades e o crescimento da população, que aumentaram a demanda por energia a nível mundial. 

O consumidor está pagando mais na conta de energia por conta da crise energética

Um dos efeitos da crise energética é o aumento da conta de luz para os consumidores.

Como o Brasil ainda depende da energia proveniente principalmente de hidrelétricas, com a falta de chuvas, é necessário utilizar outras fontes de energia. 

Porém, essas são alternativas mais caras, que elevam também o preço da conta de luz. 

Nos períodos de seca, a produção de energia acaba concentrada nas usinas termelétricas, que apresentam custos mais altos, repassados ao consumidor.

Especialistas defendem que é importante um planejamento estratégico de investimento em alternativas viáveis para geração de energia. É necessário mudar a matriz energética brasileira, focando em energia limpa, como a solar e a eólica. 

De 2001 até 2020 já houve avanços nesse sentido. A dependência das hidrelétricas para geração de energia caiu de 85% para 65% nesse período, mas ainda é um valor alto. 

Os dados são de um relatório do Ministério de Minas e Energia, realizado em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).  O relatório mostrou ainda um aumento da capacidade de produção de outras fontes em percentual:

  • Biomassa – 9,1%
  • Eólica – 8,8%
  • Gás natural – 8,3%
  • Carvão e derivados – 2,7%
  • Nuclear – 2,2%
  • Derivados de petróleo – 2,1%
  • Solar – 1,7%.

Enquanto isso, o valor da conta de luz só aumenta. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou em agosto a bandeira da escassez hídrica. 

Com ela, o valor cobrado aumentou em quase 50% em relação à bandeira vermelha patamar 2 que estava sendo aplicada. A bandeira vermelha patamar 2 já havia subido as taxas em 52%.

O novo valor para a conta de luz de R$14,20 por 100 kWh já está em vigência e deve permanecer até o dia 30 de abril de 2022. 

Importação de energia

Outra solução encontrada pelo país para o enfrentamento da crise energética foi aumentar a importação de energia elétrica. Em agosto, por exemplo, o volume importado foi mais que o dobro.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o Brasil importou dos vizinhos Uruguai e Argentina, uma média de 1338 megawatts por dia, valor 12 vezes maior do que em agosto do ano passado e mais que o dobro da média de julho, de 617 megawatts.

Programa de incentivo para redução do consumo de energia

Tanto consumidores quanto o governo estão em estado de alerta, por conta da seca e todas as suas consequências.  Existe o medo do apagão, o aumento das taxas e a incerteza quanto ao futuro.

Uma alternativa para melhorar a situação, beneficiando a população e reduzindo o consumo de energia, o governo criou um programa de incentivos. 

Com validade prevista de setembro a dezembro de 2021, o programa deve beneficiar clientes que diminuírem de forma voluntária seu consumo de eletricidade, sejam eles residenciais ou comerciais. 

O incentivo virá em forma de desconto e o valor foi decidido pela Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), criada no final de julho para auxiliar no enfrentamento da crise energética. 

A Creg aprovou um bônus de R$ 50 por 100 kWh reduzidos, limitado à faixa de economia entre 10% e 20%. Ou seja, os consumidores podem economizar mais, porém o benefício só vai até 20%.

Podem participar do programa também cidadãos de baixa renda que aderem à tarifa social.

A previsão de adesão ao programa é de cerca de 20% dos consumidores, de acordo com a Aneel. Isso equivale a R$ 340 milhões por mês de redução. 

A energia economizada com essa previsão seria de 914 MW, suficiente para atender 4 milhões de residências com média de consumo mensal de 168 KWh. 

De acordo com o secretário de Energia Elétrica, Christiano Vieira, o programa de redução voluntária do consumo de energia, juntamente com o aumento da tarifa, pode ajudar a custear os recursos adicionais necessários para o país enfrentar a crise.  

A Creg também informou que o programa poderá ter o prazo estendido, conforme o acompanhamento e a necessidade da situação.  

Com a redução do consumo de energia, todos são beneficiados com um sistema menos sobrecarregado.

Será o retorno do horário de verão?

Há ainda uma possibilidade de uma nova alternativa para enfrentar a crise energética brasileira: o retorno do horário de verão. 

Representantes do setor pedem que o Brasil retome o horário de verão, que levaria a uma redução de até 5% do consumo de energia, de acordo com um relatório chancelado por diversas entidades.

Porém, outro estudo, realizado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) chegou a conclusão de que essa retomada não garante economia de energia.

Isso porque, o uso do ar condicionado mudou o pico do consumo de energia, antes no início da noite e agora no início da tarde, quando as temperaturas estão mais altas.

Ou seja, segundo o estudo, retornar com o horário de verão não teria impacto no enfrentamento à crise energética.

A decisão final do Ministério de Minas e Energia deve levar em consideração os estudos e a pressão dos setores da economia impactados pela possível alteração.

Energia solar como alternativa à crise energética

Tendo em vista as necessidades de mudanças para o momento atual e futuro, o governo está agora incentivando a escolha pela energia solar. 

O projeto lei 5829/2019 pode aumentar em 680% o uso da tecnologia solar no Brasil até 2031.

Com a aprovação do projeto, aguardando decisão do Senado, o governo prevê incentivos e a criação de regras de transição para os consumidores gerarem sua própria energia.

O Brasil está no caminho de expandir a instalação de fontes de energia renováveis!

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Equipe Gena

Equipe Gena Energia Solar

18 de julho de 2022

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